Belle Époque carioca & Lima Barreto: redes, ruas e criação
Carmem Negreiros
Resumo:Belle Époque carioca & Lima Barreto: redes, ruas e criação pensa a produção cultural e literária do período a partir da noção de rede, tendo como ponto de intersecção as ruas do Rio de Janeiro. O livro mostra que a produção literária enfrenta (e explora) a cultura de massas, presente no entretenimento, na disputa de lugares em jornais e revistas, no mercado livreiro, nas produções de espetáculos, nas gravações de discos, na música e na dança como mercadoria. Ao mesmo tempo, escritores e escritoras se envolvem numa tarefa de conhecimento do país a partir da cidade. A disputa entre a cultura de massas e em torno de quem pode ser sujeito na nação marcam, a partir da rua, as representações culturais e artísticas da Belle Époque.
Na segunda parte, o livro investiga como as redes e ruas da Belle Époque atravessam o processo criativo de Afonso Henriques de Lima Barreto e, a partir dos cadernos Retalhos, situa o escritor num campo interartístico e intermidiático, reconfigurando linguagens do teatro de revista, do jornal e do espetáculo urbano. Há, portanto, um movimento duplo no estudo: de um lado, o resgate do escritor dentro da rede cultural, em contato com o teatro, a crônica, o jornalismo e a música popular; de outro, a análise da forma como redes e ruas se transformam em laboratório estético e ético.