Danielle Crepaldi Carvalho

Resumo: Para a celebração do centenário da Independência do Brasil, organizou-se, no Rio de Janeiro, a Exposição do Centenário. O empreendimento tinha um invulgar papel simbólico. Por meio dele, o Brasil procurava ombrear-se às principais nações do mundo. A exemplo das Exposições Universais estrangeiras, no evento brasileiro, além da apresentação exaustiva de bens de consumo criados em todos os estados do país, no esforço de se destacarem os arroubos industriais daquela sociedade ainda essencialmente agrária, fetichizava-se a técnica que tornava isso possível; a ânsia exibicionista burguesa, que transformava a sociedade capitalista, de acordo com Francisco Foot Hardman, numa "ininterrupta coleção de mercadorias". Para tanto, a Exposição foi erigida na planície oriunda da demolição do Morro do Castelo, realizada graças aos desenvolvimentos no âmbito da engenharia. A arte desempenhou um papel fundamental no certame – eventualmente bancada pelos cofres públicos. Este livro procura analisar um conjunto de produções artísticas criadas ou ou recriadas durante o evento, dentro ou fora de seus muros, no intuito de refletir sobre os sentidos a elas atrelados e, enfim, fazer emergir as vozes consonantes e dissonantes ao projeto da Exposição do Centenário da Independência.

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