Léo Vaz: Sorte do Estilo na Terra dos Professores Rifados
Ieda Lebensztayn
Resumo: Terceiro volume da coleção Labelle, Léo Vaz: Sorte do Estilo na Terra dos Professores Rifados se constitui de três capítulos. O primeiro traz uma análise de O professor Jeremias (1920) e o olhar da fortuna crítica para seu vínculo com Machado de Assis. Embora quase desconhecido hoje, Léo Vaz (Capivari, 1890 – São Paulo, 1973) teve êxito com esse romance, aposta certeira do editor Monteiro Lobato. Num estilo "de surdinas", a narrativa de Jeremias combina a expressão subjetiva de seu sofrimento de pobre-diabo com a representação histórica da pequena cidade do país escravocrata, marcado por diferenças sociais.
O mesmo professor é protagonista de "A rifa". Esse conto e outros do volume Ritinha (1923), além de crônicas de Léo Vaz, são analisados no segundo capítulo deste livro. Graciliano Ramos escolheu "A rifa" para a antologia de contos que organizou. Nele, tudo conflui para a relatividade entre sorte e azar, despertando riso, piedade e reflexão dos leitores.
Já o terceiro capítulo é dedicado a O burrico Lúcio (1951), traduzido e adaptado do francês, com base na versão atribuída a Luciano de Samosata. O olhar para essa obra-prima de estilo simples e elegante completa nosso convite para se conhecer a criação de Léo Vaz.